Síndrome metabólica: mudança de hábitos.
O Consenso Brasileiro Sobre Síndrome Metabólica, define a Síndrome Metabólica como um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de riscos cardiovasculares usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina, devendo ser destacada a sua importância do ponto de vista epidemiológico, responsável pelo aumento da mortalidade cardiovascular em até, 2,5 vezes1 .
Com base na definição acima, concluo que a alimentação irregular composta por excessos de carboidratos, gorduras saturadas, massas, doces, refrigerantes, carnes gordas, bebidas alcoólicas, tabagismo e o sedentarismo, são alguns vilões que somados a outros fatores podem nos levar ao quadro de sobrepeso e obesidade e agravar a situação.
Consultas médicas com cardiologistas e endocrinologistas, realizações de exames médicos periódicos, mudanças de hábitos, alimentação saudável e a prática de exercícios físicos são os principais componentes de prevenção e reversão não medicamentosas, todavia, a pré-disposição genética também não pode ser esquecida.
Circunferência abdominal:
Em 1947, o Médico Francês Jean Vague, concluiu que pessoas com obesidade central, sobretudo com acúmulo de gordura na região intra-abdominal têm mais possibilidades de desenvolver resistência à insulina e ao Diabetes Mellitus do Tipo II. Portanto, verificar a circunferência abdominal é importante e pode ser feito com uma fita métrica medida em centímetros. O ideal é mantermos valores abaixo de 94cm para homens e 80cm mulheres. Acima de 102cm homens e 88cm mulheres, há riscos iminentes, todavia outras metodologias devem ser utilizadas para melhores avaliações.
A Síndrome Metabólica está diretamente relacionada ao desenvolvimento da Aterosclerose, que leva ao AVC, ao INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO entre outras doenças cardiovasculares e à MORTE PRECOCE.
Carboidratos:
Os carboidratos ingeridos se transformam em glicose e ficam na corrente sanguínea aguardando a presença da insulina, hormônio secretado pelo pâncreas, para facilitar sua entrada nas células e produzir energia. Se o pâncreas não produz a quantidade de insulina suficiente ou a ação dela é ineficaz, haverá o aumento da taxa de glicose no sangue, dando origem ao Diabetes Mellitus do Tipo II.
Daí a importância de controlar a glicose sanguínea e a mantermos entre 70mg/dl e 99mg/dl. Acima de 110mg/dl estamos em estado de atenção, todavia, devemos procurar auxílio médico para que outros exames e procedimentos sejam realizados.
Colesterol:
São gorduras produzidas no fígado ou ingeridas que tem várias funções no organismo. Vou falar somente do colesterol HDL que não deve estar abaixo de 40mg/dl em homens e 50mg/dl mulheres, pois ele remove os excessos do colesterol LDL, considerado ruim, por que entope as artérias2 obstruindo a passagem do sangue que transporta nutrientes e oxigênio para todos os tecidos do corpo.
Triglicérides:
São gorduras ingeridas ou formadas em nosso organismo, com funções importantes, entre elas o fornecimento de energia nos momentos de grandes jejuns. Seus excessos provocam inflamações nas células adiposas com o consequente aumento no peso corporal levando ao sobrepeso e à obesidade. Os Exercícios físicos realizados frequentemente, a dieta e o controle alimentar são fundamentais para deixá-lo abaixo de 150mg/dl no sangue.
Pressão arterial:
Outra necessidade é verificarmos periodicamente a Pressão Arterial. Valores acima de ≥ 130mmhg ou ≥ 85mmhg, inspiram cuidados. Postos de saúde, farmácias ou a aquisição de aparelhos com certificações do IMETRO são excelentes opções de controles.
De acordo com o Consenso Brasileiro Sobre Síndrome Metabólica, para estarmos em Síndrome Metabólica, basta termos a associação de três ou mais dos fatores descritos no quadro a seguir.
Componentes | Níveis |
Obesidade abdominal por meio de circunferência abdominal | Homens > 102cm Mulheres > 88cm |
Triglicerídeos | ≥ 150 mg/dl |
HDL – colesterol | Homem < 40 mg/dl Mulher < 50 mg/dl |
Pressão arterial | ≥ 130mmhg ou ≥ 85mmhg |
Glicemia em jejum | ≥ 110 mg/dl |
Valores de referência: International Diabetes Federation.
Vale lembrar que pessoas magras também podem ser acometidas de pressão arterial, colesterol altos e até mesmo concentração de gordura na região intra-abdominal. Portanto não facilite.
Exercícios físicos:
É importante fazer exercícios físicos devidamente orientado por um Professor de Educação Física capacitado, pois cada caso deve ser analisado individualmente e as condições físicas de cada um respeitadas. Progressões de volumes e intensidade devem ocorrer na medida em que o aluno for melhorando o seu condicionamento físico. O objetivo é aumentar a massa muscular, diminuir o percentual de gordura corporal e aumentar a resistência cardiovascular.
Recomendações Gerais para o Paciente com SM: Realização de pelo menos 30 minutos de atividade física leve a moderada de forma contínua ou acumulada na maioria dos dias de semana, incluindo mudanças no seu cotidiano. Por exemplo, subir escada, usar menos o carro para a sua locomoção, ou mesmo tornar as suas atividades de lazer mais ativas. Recomendação Individualizada: Tipo: Exercício aeróbio como, por exemplo, caminhada, ciclismo, corrida, natação, dança, entre outros. • Freqüência: 3 a 5 • Freqüência vezes/semana; • Duração: 30 – • Duração: 60min contínuos; • Intensidade: moderada calculada de duas formas: – Forma simplificada: conseguir falar durante o exercício; – Forma mais controlada: 50% – 70% da FC de reserva ou 50% – 65% do VO2 pico. • Para cálculo da FC de reserva usar a seguinte fórmula:
• Exercícios resistidos: Exercícios com peso até 50% da força máxima podem ser realizados em associação com os exercícios aeróbios • Cuidados para a realização de exercício: pacientes acima de 35 anos com SM – uma avaliação clínica e ergométrica (teste de esforço) é recomendada, antes do início das atividades físicas. • Participantes de programa de exercício físico individualizado – o teste ergométrico ou ergoespirométrico é obrigatório. |
* Referência 1 das Fontes de consultas pág. 11.
Fontes de consultas:
1. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Publicado no Arquivos Brasileiros de Cardiologia – Volume 84, p. 5, Suplemento I, Abril 2005. Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2005/sindromemetabolica.pdf. Acesso em 03Abr2018.
2. Colesterol HDL, LDL, VLDL e TRIGLICÉRIDES. Disponível em https://www.mdsaude.com/2008/11/colesterol-bom-hdl-e-colesterol-ruim.html. Acesso em 08Abr2018.
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