Deu mal para o corredor? Dicas e soluções.
E aí pessoal, tudo bem?
Muitos amigos sabem da minha paixão pelas corridas de rua desde os meus 16 anos de idade. Acredito que já tenha “rodado” milhares de quilômetros, cujas extensões somadas, sem exageros, dariam para cobrir algumas cidades do País.
Segundo o Diagnóstico Nacional do Esporte1 divulgado pelo Ministério do Esporte em 2016, estima-se que no Brasil aproximadamente 4,1% da população utiliza a corrida como prática de atividade física cuja finalidade é promover a saúde e elevar a qualidade de vida, ou exercício físico: definido como atividade corporal que melhora a condição física e o bem-estar mental e constitui relações sociais ou serve para a obtenção de resultados em competições. Entre os seus benefícios destaco:
- Aumento da capacidade cardiorrespiratória;
- Redução da gordura corporal;
- Autoestima;
- Fortalecimento das articulações dos membros inferiores;
- Diminuição dos riscos de cânceres;
- Aumento do desempenho sexual.
Nas minhas correrias por aí, passei por alguns momentos inusitados, os quais passo a narrar ou descrever como os “causos do corredor Wilson Carlos Personal” e também aproveitarei para sugerir dicas de como antever e evitar essas complicações que podem acabar com as suas competições/lazeres/diversões, seja como queiram encarar a prática dessa modalidade:
- Utilização de sanitários inesperadamente antes e durante provas e treinos:
Um dos problemas mais comuns que pode fazer um corredor abandonar a prova ou sessão de treinamento e a vontade de ir ao banheiro, ela ocorre por vários motivos: a ansiedade com a obtenção de resultados, as dificuldades do percurso, o nervosismo e o excesso na ingestão de líquidos, contudo, na maioria das vezes acontece devido a alimentações inadequadas nos momentos que antecedem os eventos esportivos.
Em certa ocasião eu estava prestes a largar numa importante prova de rua, quando veio aquela vontade de utilizar o sanitário, aí começou o sufoco, pois normalmente os organizadores disponibilizam banheiros químicos, mas quem já usou este tipo de equipamento sabe muito bem as dificuldades enfrentadas, as quais vão desde as enormes filas, faltas d’ água para lavar as mãos, sabonetes, papéis higiênicos, sujeiras por todos os lados e os odores insuportáveis, que nos obrigam a fazermos apneia a fim de suportarmos a permanência no seu interior.
Mais complicado ainda será se deixarmos para utilizar o sanitário durante o percurso, pois além dos problemas citados no item anterior, acrescenta-se os fatos de não sabermos em que momento e locais poderemos localizá-los.
Recomendo os devidos cuidados com a alimentação e hidratação, sobretudo nos dias e momentos que antecedem aquela prova que tanto esperamos participar, para que não tenhamos contratempos.
- Acompanhamento inesperados do “amigão de quatro patas”:
Não há como me esquecer do Bartô, um cão morador da vizinhança, era aparentemente dócil, mas não negava as suas origens de caçador, ágil e cheio de energia, adorava “apavorar” os praticantes de corridas e coletores de lixo. Todas as vezes que estava solto na rua, saia em desabalada carreira, latindo e exibindo os seus dentes em perseguição e dependendo do seu fôlego nos seguia até algumas quadras, distância suficiente para causar verdadeiro pavor. Nunca tive grandes problemas com ele, mas confesso que gerava uma aflição sempre que eu o observava no caminho. Pior ainda, era quando estava acompanhado de outros amigos também de quatro patas. Não tive conhecimento de que tenha atacado ninguém, porém nem precisava, só o fato de ter que aumentar e a velocidade e dar um “Sprint” antes do tempo, já era motivo suficiente para respeitá-lo. Depois de vários encontros, passei a adotar algumas atitudes, as quais não devem ser encaradas como regras, contudo, sempre funcionaram comigo:
- Não se apavorem, normalmente, os cães querem apenas exercer uma das funções caninas, se você diminuir a velocidade ou parar eles param, pois a caça perde a graça;
- Cuidado quando pensar em subir em pontos mais altos, pois algumas raças escalam árvores, escadas e muros com mais rapidez que muitos seres-humanos;
- Se nós, seres-humanos, temos os nossos picos repentinos de stress, imaginem o que podemos esperar de um cão solto na rua, principalmente se não sabemos como ele é tratado pelo seu dono;
- Se conhecer o cão pelo nome, chame, talvez ele pare ou fique mais calmo;
- O mais indico é se houver tempo hábil desviar o caminho;
- Planeje seus treinos em parques, pistas de atletismo, campos de futebol e/ou outros locais considerados mais seguros.
- Bolhas nos pés:
Vejo muitos caminhantes e corredores reclamando de terem que abandonar corridas ou treinos por um período por causa de bolhas na sola dos pés ou entre os dedos. Meus alunos sempre me perguntam, por que criamos bolhas nos pés?
Inicialmente, gostaria de dizer que essas bolhas são lesões na pele normalmente causadas pelos atritos dos pés com calçados apertados ou largos, meias inapropriadas ou até mesmo pelo contato com o solo quando se realiza exercícios físicos descalço.
A Dermatologista Flávia Addor nos orienta que “Para evitar bolhas, o ideal é usar um sapato nem apertado nem folgado, de preferência com meias de algodão”.3
Outros cuidados preventivos:
– Adquira calçados e meias ideais para estas modalidades esportivas;
– Se possível não “estreie” o seu tênis novo no dia de uma prova;
– Isole os dedos ou parte dos pés que normalmente são afetadas com protetores encontrados em casas ortopédicas antes dos treinos e das corridas, a fim de evitar atritos com as pontas e extremidades dos tênis;
– Treine antes com os tênis que utilizará nos eventos.
Pés e dedos feridos:
– Pare de treinar por alguns dias até o ferimento cicatrizar;
– Não fure as bolhas para evitar infecções;
– Procure andar com chinelos a fim de que facilite a cura e cicatrização, mas caso tenha que usar calçados fechados, utilize uma proteção nos locais feridos, para evitar atritos e não dificultar a cura das lesões;
– Se notar vermelhidão ou prurido nos locais feridos, procure um médico imediatamente.
- Assaduras entre coxas e ferimentos nos mamilos:
Normalmente são causadas por uma dermatite de contato da pele com um componente que causa inflamação e provoca irritação ou alergia. Os sintomas mais comuns são coceiras, vermelhidão e descamação. Fique tranquilo, pois não se trata de um problema grave, embora haja ardência nos ferimentos durante o banho ou no contato com o suor.4
Segundo o Dermatologista Rodolfo Gonçalves, as assaduras de contato por irritantes primários, aquelas corriqueiras em atletas ou praticantes de corridas e caminhadas de longas distâncias, podem surgir logo na primeira vez que tivermos contato com o agente causador, todavia não é contagiosa e nem oferecem riscos à vida.5
Cuidados a serem adotados:
– Use Bermuda térmica ou cremes hidratantes entre as coxas e axilas;
– Utilize shorts e camisetas de tecidos apropriados para a prática da corrida;
– Use protetores nos mamilos.
Referências consultadas:
- Diagnóstico Nacional do Esporte. Disponível em http://www.esporte.gov.br/diesporte/images/graficos/anexo_43_Esportes_praticados_em_2013.jpg. Acesso em 05jan2018;
- Quem soltou os cachorros? O perigo dos animais soltos na rua. Disponível em https://www.webrun.com.br/quem-soltou-os-cachorros-o-perigo-de-animais-soltos-nas-ruas/. Acesso em 07jan2018;
- O que causa bolhas nos pés? Disponível em https://super.abril.com.br/saude/o-que-causa-bolhas-nos-pes/
- Dermatite de contato: sintomas, tratamentos e causas. Disponível em http://minhavida.com.br/saude/temas/dermatite-de-contato/. Acesso em 08jan2018.
- Sangramentos nos mamilos em provas longas: saiba como evita-los. Disponível em https://www.ativo.com/corrida-de-rua/papo-de-corrida/sangramento-no-mamilo/;. Acesso em 08jan2018;
- Créditos de imagem disponível em https://odyb.net/discoveries/use-vaseline-petroleum-jelly/ imagem créditos. Acesso em 10jan2018.
- Créditos de imagem disponível em http://www.rundocrun.com/barefoot-running.html, acesso em 10jan2018.
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